Verificar ARTESANATO RENDA RENASCENÇA Monteiro

 Atividades comunitárias

HISTÓRICO

A história do artesanato na Fazenda Santa Catarina, em Monteiro, é antiga. Existem registros que falam em louceiras de barro, de olaria de tijolos e de telhas, além dos fabricantes de carros de boi que moravam na Fazenda desde o início de seu povoamento em séculos passado. Atualmente, o artesanato que se destaca na comunidade é a renda Renascença, a costura, o bordado, o crochê, entre outros. A renda Renascença tem potencial de desenvolvimento econômico porque trata-se de uma tradição secular.

O livro “Renda Renascença – uma memória de ofício paraibana”, do pesquisador Christus Nóbrega, conta como se deu a vinda do precioso artesanato para a Paraíba. A renda é delicada, costurada com finas e pequenas agulhas, que interligam as fitas, também das mais estreitas, com linhas especiais, formando flores e folhas ou outras formas. Esse artesanato faz parte de um conhecimento francês que perpassou em segredo entre mulheres, a partir de freiras carmelitas. O conhecimento acabou chegando ao Nordeste no início do século 20. Mas já no século 19, em 1823, há registros de que a renda já entrava no Brasil.

Neste período, a Ordem do Carmo ou dos Carmelos foi expulsa do País. As freiras francesas da Ordem Filhas da Caridade puderam ocupar o Convento Santa Teresa na cidade de Olinda, em Pernambuco. Elas eram as detentoras deste conhecimento que as tornaram famosas no mundo inteiro. Um segredo de confecção de um artesanato raro, destinado ao alto clero Católico e a elite da sociedade brasileira, que esteve prestes a se extinguir devido à devoção religiosa das mulheres, guardiãs dos saberes, que eram proibidas pela ordem de difundir a técnica da renda entre pessoas comuns.

Somente na década de 1930, esse domínio de conhecimento caiu em poder das mulheres pobres nordestinas, especificamente da região do Cariri, que perpassa os dois Estados de Pernambuco e Paraíba. O fato se deu através da articulação de uma paraibana, Elza Medeiros, mais conhecida por “Lala”, natural de São João do Tigre. Ela conheceu uma pernambucana, Maria Pastora, que morou com as freiras francesas em Olinda. Maria foi a primeira brasileira que aprendeu a fazer a renda Renascença, conforme o livro.

E a técnica só foi dividida com a brasileira por necessidade de agilidade nas entregas das peças aos clientes ricos e exigentes das freiras. A riqueza cultural da renda é mais compreendida ainda quando se conta como Lala aprendeu a fazer a renda. Ela foi a única salvação de Maria Pastora. A amiga teve que viajar ao Cariri para cuidar da mãe adoentada e precisou concluir peças do artesanato em paralelo. Para não atrasar a encomenda das freiras, foi o jeito ensinar a técnica a Lala para que ela concluísse o trabalho, enquanto Maria cuidava da mãe.



RENDEIRAS

O trabalho de organizar a atividade da renda, difundir o cooperativismo e o associativismo e inserir a rendeira do Cariri no cenário nacional do artesanato foi todo realizado pelo Sebrae na cidade de Monteiro. A partir da criação do livro de Christus Nóbrega, apareceram mais parcerias e a evolução para o artesanato local se destacar foi progressiva.

Atualmente, entre grupos de mulheres, cooperativas e associações, são 17 entidades que representam a renda no Cariri paraibano. Isso dá uma média de 50 associados por associação, totalizando mais de 800 rendeiras no Cariri Ocidental, com cerca de 15 cidades representadas. Os rendimentos com a renda ainda são complementares, segundo Maria Aparecida, presidente da APAZ, da cidade de Zabelê. Ela informou que a média atual de ganho para cada rendeira é de R$ 400. As rendeiras, na maioria das vezes, também desenvolvem a atividade da agricultura familiar, entre outras ocupações.


  •  Data de publicação: 07/20/2017
  •  Região: Paraíba
  •  Cidade: Monteiro
  •  Endereço: Monteiro PB
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